Combinação de dieta DASH e redução de sódio tem efeitos benéficos sobre lesão, tensão e inflamação cardíacas

Novos dados mostram pela primeira vez que a combinação da dieta DASH (sigla do inglês Dietary Approaches to Stop Hypertension) com restrição de sódio diminui a lesão miocárdica e a tensão cardíaca, que estão associadas a comprometimento cardíaco subclínico e risco cardiovascular em longo prazo.

“Os benefícios de uma alimentação saudável são rápidos e diretos. O alto teor de sódio não se relaciona apenas com o sabor, causa tensão cardíaca”, disse ao Medscape o Dr. Stephen Juraschek, Ph.D., médico do Beth Israel Deaconess Medical Center, nos Estados Unidos.

“Devemos, de forma consciente, seguir uma dieta rica em frutas e vegetais e com baixo teor de sódio. Coletivamente, devemos pensar sobre como os alimentos são promovidos na sociedade e qual é a quantidade aceitável de sódio nos alimentos”, disse o Dr. Stephen.

Os achados, provenientes de uma análise secundária do ensaio clínico Dietary Approaches to Stop Hypertension (DASH) – Sodium, foram publicados no periódico Journal of the American College of Cardiology.

Já havia sido determinado que a dieta DASH tem efeitos benéficos sobre os biomarcadores cardíacos. Já os efeitos da redução do sódio nos biomarcadores cardíacos, isoladamente ou combinados com a dieta DASH, ainda eram desconhecidos.

O objetivo do estudo, portanto, foi determinar os efeitos da redução de sódio e da dieta DASH, isoladamente ou combinadas, em biomarcadores de lesão, tensão e inflamação cardíacas.

O DASH – Sodium foi um estudo controlado de alimentação em adultos com pressão arterial (PA) sistólica de 120 a 159 mmHg e PA diastólica de 80 a 95 mmHg, aleatoriamente designados para a dieta DASH ou uma dieta controle.

Em sua dieta designada, os participantes consumiram cada um dos três níveis de sódio por 4 semanas. O peso corporal foi mantido constante. No nível de 2.100 kcal, os 3 níveis de sódio foram baixo (50 mmol/dia), médio (100 mmol/dia) e alto (150 mmol/dia).

Os resultados foram 3 biomarcadores cardíacos: troponina I cardíaca de alta sensibilidade (hs-cTnI) (medida de lesão cardíaca), N-terminal pró-peptídeo natriurético tipo-B (NT-proBNP) (medida de tensão) e proteína C reativa de alta sensibilidade (PCR-as) (medida de inflamação), coletados no início e no final de cada período de alimentação.

Dos 412 participantes originais, a idade média era de 48 anos; 56% eram mulheres e 56% eram negros. A média da PA sistólica / diastólica basal foi 135/86 mmHg.

DASH (vs. controle) reduziu a hs-cTnI em 18% (intervalo de confiança [IC] de 95%: -27% a -7%) e a PCR-as em 13% (IC 95%: -24% a -1%), mas não o NT-proBNP.

Em contraste, a redução do sódio de níveis altos para baixos reduziu o NT-proBNP independentemente da dieta (19%; IC 95%: -24% a -14%), mas não alterou a hs-cTnI e aumentou levemente a PCR-as (9%; IC 95%: 0,4% a 18%).

A combinação de DASH com redução de sódio reduziu a hs-cTnI em 20% (IC 95%: -31% a -7%) e o NT-proBNP em 23% (IC 95%: -32% a -12%), enquanto a PCR-as não foi alterada significativamente (-7%; IC 95%: -22% a 9%) em comparação com a dieta de controle de alto teor de sódio.

O estudo concluiu que a combinação de um padrão dietético DASH com redução de sódio pode diminuir 2 mecanismos distintos de dano cardíaco subclínico: lesão e tensão, enquanto a DASH sozinha reduziu a inflamação.

“Juntos, esses achados sugerem que duas estratégias nutricionais distintas podem melhorar duas vias principais de comprometimento cardíaco subclínico: lesão e tensão”, escreveram Dr. Stephen e colaboradores.

“Esses achados devem fortalecer a determinação por políticas públicas que promovam o padrão alimentar DASH e a redução da ingestão de sódio nos EUA e em todo o mundo”, concluíram.

Fontes:

Journal of the American College of Cardiology, Vol. 77, Nº 21, em junho de 2021.

Medscape, notícia publicada em 10 de junho de 2021.

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