Estudos epidemiológicos mostraram resultados contraditórios em relação à tendência temporal da doença renal em estágio terminal (DRET) em pessoas com diabetes. Este estudo, publicado na revista Diabetes Care, teve como objetivo analisar a incidência de DRET, definida como terapia renal substitutiva (TRS) crônica, para investigar as tendências de tempo entre pessoas com e sem diabetes na Alemanha e examinar se esses padrões diferem por idade e sexo.
Os dados foram obtidos através de dados nacionais reunidos a partir de duas filiais alemãs de seguros de saúde legais, cobrindo ∼25 milhões de habitantes. Estimou-se as taxas de incidência (IRs) padronizadas por idade e sexo para TRS crônica entre pessoas com e sem diabetes em 2010-2016 e os riscos relativos correspondentes. As tendências de tempo foram analisadas por meio de regressão de Poisson.
Identificou-se 73.638 pessoas com uma primeira TRS crônica (60,0% homens, 60,6% com diabetes, idade média 71,3 anos).
A IR da TRS crônica entre pessoas com diabetes (114,1 por 100.000 pessoas-ano [IC 95% 110,0-117,2]) foi quase seis vezes maior do que entre pessoas sem diabetes (19,6 [19,4-19,8]).
Um declínio consistente na IR foi observado entre as pessoas com diabetes (3% de redução anual, P <0,0001) para ambos os sexos e todas as classes de idade. Em contraste, nenhuma mudança consistente de IR foi identificada em pessoas sem diabetes. Apenas entre mulheres com idade <40 anos (P = 0,0003) e pessoas com idade ≥80 anos (P <0,0001) essa IR diminuiu significativamente.
O estudo concluiu que a incidência de terapia renal substitutiva crônica permaneceu significativamente maior entre as pessoas com diabetes. A taxa de incidência diminuiu significativamente em pessoas com diabetes, independentemente da idade e do sexo. As tendências de tempo eram inconsistentes em pessoas sem diabetes.